Paróquia São João Batista

descubra a linda história da nossa paróquia e toda a sua contribuição para a comunidade de Salto de Pirapora

De acordo com o relato do Monsenhor Luiz Castanho de Almeida, em seu histórico sobre Salto de Pirapora, muito antes da existência de nossa capelinha que deu o início à história de nossa matriz e nossa cidade, as terras do município pertenciam ao Capitão Mor Salvador de Oliveira Leme, de apelido Sarutaiá.

Em 1763, Sarutaiá inicia a construção de uma capela em taipa de pilão, por mãos de escravos, em homenagem a Nossa Sra das Dores, no bairro Piraporão. A capela de Sarutaiá levou 27 anos para ficar pronta e ali aconteciam grandes festas, sendo a mais afamada a festa de São João Batista.

Em 1802, morre Sarutaiá com 86 anos e em seu testamento deixa a ordem que se fizesse uma fogueira em honra a São João Batista todos os anos na noite de 24 de junho. A capela passou para seus descendentes que por conta do inventário zelavam do edifício, de seus paramentos e acendiam a fogueira na noite de São João Batista de acordo com a lei. Esse costume atravessou décadas e assim chegamos em 1906, ano da fundação de Salto de Pirapora.

Desde o séc. XIX, os moradores do povoado se reuniam nas vizinhanças daquelas primeiras casas ainda não alinhadas, em torno da pequenina capela que mal cabiam as pessoas (local onde hoje está nossa Igreja Matriz). Ali festejavam São João com rezas ao ar livre, fogueira, bombas, fogos de artifícios e após a parte religiosa tinha a quermesse. O promotor da reza era Antonio Maximiniano Fidelis, pessoa humilde, trabalhador da caieira, conhecido como “Antonio Fogueteiro” por fabricar as bombas e rojões que animavam as festas de toda região. Todos os anos, na véspera do dia 24 de junho, homens se reuniam para capinar em torno da capelinha e fazer as barracas com taquaras e folhas de coqueiro. Entre eles estavam o promotor da reza, o comerciante João de Góes, Felício Lencione e Silvino Dias Batista.


Em 6 de outubro de 1907, padre Luiz Sicluna celebrou a primeira missa na capela, com a presença de todos do povoado.


Em 1910 iniciou a construção de uma capela maior, que ficou pronta em 1912. Os responsáveis pela construção foram Antonio Maximiniano Fidelis, Felicio Lencione, João De Góes, Salvador Ismere e Elpídio Marcello. Os organizadores trabalharam sem cobrar nada e também recolheram doações em dinheiro para a construção (todos faziam questão de contribuir desde o mais humilde cristão). As telhas e madeiras foram doadas da antiga Capela de Sarutaiá. Em outubro desse mesmo ano, foi recebida com muita festa pelos moradores do povoado, a imagem de São João Batista juntamente com uma imagem de São Roque, que foram adquiridas e doadas por Antonio de Góes, pai de João de Góes.


Em 1922, organizou-se uma comissão para construir a atual Igreja, projeto do Padre e arquiteto Luiz Sicluna. O chefe da comissão era o Sr Manoel Ferreira Leão e Sra, auxiliado por Silvino Dias Batista, Belarmino Cerqueira Cesar, o farmacêutico sr David Teixeira, Balduíno Antunes e Pedro dos Santos. Suas paredes foram sendo levantadas em torno da capela velha (de 1910) e mesmo assim missas e celebrações aconteciam dentro dela.

Em 1928, foi colocada festivamente a cruz no alto da torre, tendo como paraninfos Leônidas Rodrigues e D. Ester Dias Batista, mas a obra ainda não estava concluída, pois só a capela mór estava em melhor estado de uso, mas faltavam os revestimentos por fora e por dentro e também a sacristia. As paredes da velha capela já tinham sido derrubadas e após isso as obras pararam, recomeçando apenas em 1934. Dom Bernardo continuava a celebrar as missas mensalmente até 1933, quando foi substituído pelo Monsenhor Domingos Magaldi. A obra teve várias interrupções por falta de dinheiro.

Até o ano de 1940, um pedaço de trilho da estrada de ferro sorocabana servia de sino. Nesse mesmo ano, vários fiéis foram em companhia do Monsenhor João Batista Ribeiro, em grande procissão de charretes, carroças, carros de boi e a cavalos até a casa do Sr. Francisco Romão, no Bº Capão Redondo, buscar os sinos de 1799 e as imagens de Nossa Srª Das Dores, São Lourenço e Stº Antonio que pertenciam a capela de Sarutaiá e que estavam sob os cuidados do Sr. Francisco Romão que ficou responsável por cuidar após a capela tornar-se ruínas. Este ainda é o sino atual de nossa igreja matriz e sua data pode ser confirmada no mesmo.

Em 1940, D. Áurea dos Santos assume o Apostolado da Oração.


Em 1942, foi construído um altar para imagem de São Carlos Borromeu, que era muito festejado aqui em nosso município. Também nesse mesmo ano foi construído um altar a Santo Antonio, ofertado pelo Sr Manoel de Sousa. Muitas festas eram realizadas com a finalidade de arrecadar dinheiro para a construção da igreja. A festa de São Carlos Borromeu era a mais tradicional e a procissão era acompanhada por cavaleiros e charretes, sendo que saía uma turma de Salto e outra do Bº do Itinga se encontrando no caminho e depois todos vinham seguindo o andor do santo até a igreja. Embora pudesse ser Igreja pelo tamanho, era apenas Capela Filiada a Sorocaba e para passar a ser Igreja, o Sr. Bispo Dom José Aguirre exigiu que antes se construísse uma casa paroquial, que ficou pronta em 1943 com a colaboração do povo e também do prefeito de Sorocaba Capitão Nascimento Filho.

A capela foi Proclamada Paróquia pelo Bispo Dom José Carlos de Aguirre no dia 27/02/1951 e instalada em 04 de março do mesmo ano e foi entregue aos cuidados dos reverendos padres do Instituto Missionário da Consolata.


Em toda a sua história, a Paróquia São João Batista teve o primeiro Vigário Padre Boaventura Manara (1951 a 1952), sucedeu-lhe o Padre Angelo Suffia ( 1952 a 1956), Padre Vicente Rampino ( 1956 a 1958), depois retornou o Padre Boaventura Manara (1958 a 1967), Padre Francisco Augusto Castelhano (1967 a 2008) Padre Carlos César Ribeiro da Costa (2008) Padre Edson Roberto Daros (2008 a 2015) Padre Sadi Angelo Stuani como padre auxiliar (2010 a 2013), Padre Jorge Luiz Machado como Vigário Paroquial (2012 a 2015), Padre José Edmilson Santos Silva (de 2015 até os dias atuais), Padre José Luiz de Moraes ‘Giba’ como padre auxiliar (2015 a 2017), Padre João Paulo Cardoso como Vigário Paroquial (2018 a 2019), Padre Willian de Almeida como Vigário Paroquial (2020 a 2021).


Ao longo desta caminhada muitas pessoas disseram “sim” ao serviço do Reino, surgindo novas pastorais , movimentos e grupos, os mais antigos: Apostolado da Oração, Movimento Mariano, Campanha da Fraternidade, Grupo de Oração São José, que já completou 42 anos aos cuidados do casal Hélio Rossi e Vani Rossi que também coordenaram o Primeiro Coral Infantil São João Batista, formado por crianças de nossa paróquia nos anos 70, em certa ocasião se apresentaram ao governador do Estado na Câmara Municipal. Sabe-se também que o dízimo era ofertado para uma equipe de paroquianas que visitavam as casas, fazemos memória de Sra Carmelina, Sra Tomires, Sra Cida e Sr. Ditinha Mandú. Depois de um tempo a oferta se concentrou na igreja. Iniciaram as vendas de pastéis, relatos do Sr Paulo Domingues, carinhosamente conhecido como Sr Paulinho recordam o início em 1956, com barracas na praça nas quermesses de nosso padroeiro.


Nossa paróquia realiza grandes quermesses, as mais tradicionais são: A festa do Padroeiro São João Batista que ocorre durante todo o mês de junho, a Festa do Milho (desde 2013) e a Festa das Nações (desde 2013).

Atualmente a paróquia conta com 14 comunidades: Matriz, São Roque (1963), Nossa Senhora Aparecida (1968), São José (1991), Imaculada Conceição (1986 – Bênção da Pedra Fundamental e 1992 - capela), São Judas Tadeu (1994), Nossa Senhora das Graças (1994), Sagrada Família (1994), Santa Rita de Cássia (1998), São Manuel (2008), Nossa Senhora de Fátima (2008), São Francisco de Assis (2009), São Vicente de Paulo (2012) e Santuário Nossa Senhora dos Remédios (1890 – capela 2008 – santuário).

Com as contribuições dos paroquianos Marli Costa, Hélio Rossi, Carmelina Oliveira, Paulo Domingues, Josélia (secretaria paroquial).